[Verso 1]
Barranco de lado a lado, metro e meio só de estrada
Quem saiu de lá com vida de um estouro de boiada
Briga de foice no escuro pra ele é marmelada
Pra quem já caiu no fogo, uma brasa não é nada
[Verso 2]
Quem está molhado de chuva, não tem medo de sereno
Quem perder um grande amor, desprezo é café pequeno
Água quente é refresco pra quem já bebeu fervendo
Quem foi mordido de cobra não tem medo de veneno
[Verso 3]
A esteira é conforto pra quem já viveu na estrada
O lençol é cobertor pra quem já dormiu na geada
Quem pegou na picareta, zomba do cabo da enxada
Brinca na ponta de faca quem quebrou ponta de espada
[Verso 4]
Quem bateu sino de Roma, não pode bater cincerro
Pra quem já enfrentou leão, touro bravo é bezerro
É esse o fim da picada, meu pagode não tem erro
Quem cantou na grande guerra, não pode chorar no enterro
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