[Verso 1: Eko]
Nem Photoshop deixa esse país bem na foto
Não acredito que isso mude apenas com meu voto
Talvez se cada um aqui fizesse a sua parte
Só que os ricos não, tão mais preocupado em ir pra marte
Quem tem dinheiro é obrigado mesmo a ser esperto
Nos deixarão analfabeto contra analfabeto
Você em um hospital querendo só um atendimento
Vendo o seu pai tremendo ali num banco de cimento
Agora bota a sua crença em uma balança
De um lado eu vejo a fé, do outro eu vejo a esperança
São sentimentos parecidos em momentos dividido
Só um tormento absorvido por uma criança
Mente fechada eu sei que a ignorância tranca
Cê veste luto e foi graças a uma arma branca
Não compreende semelhantes vem de semelhança
E morrer antes dos trinta essa é a minha vizinhança
Só hoje vinte no instituto médico legal
É tipo a Tele Sena, um resultado parcial
Situação que me abalou, coração já congelou
Foi isso que me tornou um soldado glacial
[Refrão: Wine B x2]
Sei como é, panela e nada no fogão
Quem da no pé raramente estende a mão
A sua fé alimenta e mostra solução
Nem sempre a luz no fim do túnel é um caminhão
[Verso 2: Eko]
Exibição em todo território nacional
É o workshop como se tornar um cara mal
Aí garoto sobe logo pro seu quarto vai
Tapa o ouvido pro ladrão atirar no papai
Onde quem veste a batina e reza o pai nosso
Abusam das crianças e nem sentem o remorso
Então eu faço o que eu posso e já que é uma rinha
Padre tenta a sorte com a moeda, cara ou coroinha?
Nem mesmo eles são imunes cometem pecado
E até um vaga-lume é bem mais iluminado
Não ter misericórdia é isso que a guerra ensina
Muitos do que assim pensaram hoje tão com terra em cima
É o resultado de uma experiência, a coisa é séria
O mundo é o professor, sobrevivência é a matéria
Nessa escola tão querendo ofuscar minha nota
A pele é branca e mesmo assim eu vim buscar minha cota
Não vejo graça o sofrimento não é anedota
Se contentando com os restos, mas não é gaivota
A estrada é longa mano, troca a sola da sua bota
E pra quem da falha o mundo cobra igual agiota
[Refrão: Wine B x2]
Sei como é, panela e nada no fogão
Quem da no pé raramente estende a mão
A sua fé alimenta e mostra solução
Nem sempre a luz no fim do túnel é um caminhão
[Verso 3: Eko]
Olhos abertos com o trem se quer andar na linha
O que não falta é arquiteto pra fazer casinha
Intenção nobre não durou e o pobre quando faz gol
Fica esperando a anulação do bandeirinha
O mundo desabando e você no epicentro
Tenta se adiantar, mas pro juiz é impedimento
De nada vale seu esforço
Antes andava em uma corda bamba e agora ta com ela no pescoço
Não é a sua corda vocal, mas se concorda é normal
Agente dorme para o bem, só acorda pro mal
Não vai da mole nenhum pouco já que a vida é dura
Se a selva é de pedra eu vou fazendo as escultura
E eles só querem que eu seja um pouco maleável
Onde matar a fome é crime inafiançável
O ser humano é destrutivo
Mas tenho fé e mesmo no mar morto eu sinto que existem seres vivos
Não é pessimismo é que o bagulho aqui é bem precário
E pra crescer na vida não é só o cogumelo do Mário
Foda é saber onde chegar, mas não o itinerário
Pessoas desapontam que nem lápis no primário
[Refrão: Wine B x2]
Sei como é, panela e nada no fogão
Quem da no pé raramente estende a mão
A sua fé alimenta e mostra solução
Nem sempre a luz no fim do túnel é um caminhão