[Verso 1: Cléber]
Que sufoco, tô quase louco
Passando mó barra
Um ano e tanto jogado no canto
Sem trampo mó cara
É o fundo do poço
Não encontro nenhum conto no bolso
A mente vai a mil
Não para tio, tá osso
Ontem tava frio
Fiquei em casa a vont's
Pensando numa fita cabulosa de mil volts
Bolei um plano, eu e cinco manos num sequestro
7 mil na minha mão
E a rapa divide o resto
Dei um beijo na mulher e na neném
E fiz a oração que diz livrai-nos do mal, amem
Foi mó treta pra decidir, mas escolhi o refém
É um pivete de 6 anos eu não tô nem um pouco bem
Mas fazer o que? Eu vou que vou
Tem que ser assim
Parece ser a única opção que sobrou pra mim
Talvez com essa grana eu consiga um bom futuro
Ou quem sabe mais 12 anos atrás de um grande muro
[Refrão]
Não adianta, chorar. não adianta gritar
Não adianta, chorar. não adianta gritar
[Verso 2: Cléber (& Vulgo Feijão)]
Eu tô aqui sem grana há quase uma semana
Injuriado, de campana pra pegar a vitima e por no carro
Descobri que o pai dele é um pastor abençoado
De uma igreja ali de cima
Que entra grana adoidado
Já pensei, vixi, essa é minha chance
Mó mamão, vou pegar não quero nem saber
Por mais que eu peque ou não
Então... tem que ser fita rápida na precisão
Pá e pum xá comigo, tô virado num trovão
Na missão, tá eu e mais dois manos
E uma mina que já faz isso há miliano numa quadrilha
No cativeiro tem um parceiro pronto pro arrebento
Só com um lençol e um diretinho anti-rastreamento
Que tá me ligando de 5 em 5 a todo momento
(Ei, bonitão? Vai pegar ou não
Nada de emoção É criança djow
Não tem como errar nem vacilar
É só pegar e por no carro e trazer pra eu cuidar)
Mas aí Jão, peraí então que eu já te ligo
O sino da escola tocou, tem criança saindo
Tô vendo o menino ali se pá vai ser agora!
É só criar coragem, vai indo... vai... vamo embora!
Vai moleque cala a boca
Entra logo e não chora que minha paciência é pouca
Sem trabalho minha vida já tá loka
Até uma hora
É só seu pai me obedecer
Que eu te mando embora
[Refrão]
Não adianta, chorar. não adianta gritar
Não adianta, chorar. não adianta gritar
[Verso 2: Cléber & Vulgo Feijão]
Meu senhor... somos profissionais faz seus corre
Se eu sentir que 'cê' ta me tirando
Seu filho morre
Já é 12:45 ouve eu não brinco
Faça tudo que eu peço
Senão seu filho vai pros quinto
50 mil em notas de 100 reais
Cê mesmo traz, não quero os "homi" envolvido. Entendido?
Né rapaz ? Hoje é terça
Cê tem até sexta pra descolar
Explica a fita pros irmãos que eles vão te ajudar
Eu já colei na sua igreja, lembrei do seu sermão
Ajudai Uns Aos Outros... Não Era Essa É A Lição? Então...
Meu irmão... pense em sua família
Não adianta, tem certeza?
Na vida você colhe o que planta..
Essa frase me abalou...
Me lembrou minha filha...
Ela é linda...
Minha esposa sonhou com um clima nublado
Tudo cinza, sem lual, sem o céu estrelado
Gritos agudos de riso no breu
Um pássaro ferido ensangüentado morreu
Uma muralha desabou sobre o grito agudo
Libertando e tirando a aflição do mundo
Uma luz reluzente e o céu se abriu
-Eu sonhei essa fita ontem, como cê descobriu?
Não descobri nem conheço a sua trajetória, tem mais
O tumor da sua filha foi embora
Agora, a palavra é provada
Não é história, entrega sua vida
Se crer verás a glória
-Aê pastor cê nem vai acreditar
-Fala, vô sim
-Eu Vou pedir pro senhor por favor orar por mim
Você falou a minha vida toda sem me conhecer
Só pode ser Deus que tá usando você
Não sei que eu faço tô juntando meus pedaços
Ainda hoje cê terá seu filho em seus braços
[Saída]
E Aí Tio?
Então meu querido
Miou a fita
Como assim, cadê o menino mano?
Miou a fita já era
Como, já era mano?
Depois nós troca ideia
Depois te explico irmão