[Verso 1: Carlos do Carmo]
Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde, tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo
Que a boca pedia
E, na tarde ficamos unidos, ardendo
Na luz que morria
Em nós dois, nessa tarde em que tanto
Tardaste, o Sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite
Para haver outro dia
[Refrão: Carlos do Carmo]
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
[Verso 2: J. C. Ary dos Santos]
Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos silêncios que, à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos
Cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite
Uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara
Daqueles que, à noite, amando se deram
E entre os braços da noite
De tanto se amarem, vivendo morreram
[Refrão: Carlos do Carmo]
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor, eu não tenho a certeza
[Outro: Carlos do Carmo]
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E, acordado, recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste
Despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto
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