Letra Ponta de Lança (Verso Livre) de Rincon Sapiência

Letra de Ponta de Lança (Verso Livre)

Rincon Sapiência


Ponta de Lança (Verso Livre)
Rincon Sapiência
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[Intro]
Salve
Ok
Rincon Sapiência, conhecido também como Manicongo, certo?
Quando alguém fala que eu não sou um MC acima da média, eu falo:
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
Eu não entendo nada, pai
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
A cultura do MC ainda vive, certo? Se depender de mim
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
Vam'bora
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
[Verso]
Meu verso é livre, ninguém me cancela
Tipo Mandela saindo da cela
Minhas linha voando cheia de cerol
E dá dó das cabeça quando rela nela
Partiu para o baile, fugiu da balela
Batemos tambores, eles panela
Roubamos a cena, não tem canivete
As patty derrete, que nem muçarela
Quente que nem a chapinha no crespo, não
Crespos tão se armando
Faço questão de botar no meu texto
Que pretas e pretos estão se amando
Quente que nem o conhaque no copo
Sim pro santo tamo derrubando
Aquele orgulho que já foi roubado
Na bola de meia vai recuperando
Vários homem bomba, pela quebrada
Tentando ser certo na linha errada
Vários homem bomba, bumbum granada
Se tem permissão, tamo dando sarrada
Se o rap é rua e na rua não tem as andança, porra nenhuma
Fica mais fácil fazer as tattoo e falar sobre a cor da erva que fuma
Raiz africana, fiz aliança, ponta de lança, Umbabarauma
De um jeito ofensivo, falando que isso é tipo macumba
Espero que suma
Música preta a gente assina, funk é filho do gueto, assuma
Faço a trilha de quem vai dar dois
E também faço a trilha de quem vai dar uma
Eu não faço o tipo de herói, nem uso máscara estilo Zorro
Música é dádiva, não quero dívida, eu não nego que quero o torro
Eu não nego que gosto de ouro, eu não curto levar desaforo
Nesse filme eu sou o vilão, 300, Rodrigo Santoro
Eu enfrento, coragem eu tomo, me alimento nas ruas e somo
Restaurante, bares e motéis, é por esses lugares que como
Anjos e demônios me falaram: "vamo!" e no giro do louco nós fomos
A perdição, a salvação, a rua me serve, tipo mordomo
Tô burlando lei, picadilha rock, quando falo rei, não é Presley
Olha o meu naipe, eu tô bem Snipes, tô safadão, tô Wesley
Eu tô bonitão, tá ligado, fei, se o padrão é branco, eu erradiquei
O meu som é um produto pra embelezar, tipo Jequiti, tipo Mary Kay
Como MC, eu apareci, pra me aparecer, eu ofereci
Umas rima quente, como Hennessy, pra ficar mais claro, eu escureci
Aquele passado, não esqueci, vou cantar autoestima que nem Leci
Às vezes eu acerto, às vezes eu falho, aqui é trabalho, igual Muricy
A noite é preta e maravilhosa, Lupita Nyong’o
Tô perto do fogo que nem o couro de tambor numa roda de Jongo
Nesse sufoco, tô dando soco, que nem Lango-lango
Se a vida é um filme, meu Deus é que nem Tarantino, eu tô tipo Django
Amores e confusões, curas e contusões
Fazendo minha mala, tô pique cigano, tô sempre mudando de corações
Luz e decorações, sorriso amarelo nas ilusões
Os preto é chave, abram os portões
[Outro]
Hahahahaha
Ai ai ai, quando eu havia gravado a "Linhas de Soco" eu falei:
"Pô, eu tô pra ouvir um bagulho que nem esse"
Aí eu gravei mais essa ainda
Aí, como é que fica?
Valorizando a cultura do Mestre de Cerimônia no rap BR, certo?
Tá faltando, pega eu, pai
Hahahaha


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