[Verso 1: Reinaldo]
Então vai, desliga porque incomoda mesmo tio, tô ligado
Isso é fruto de lágrima, veneno concentrado
Ódio, medo, esquecido nos quartinho escuro
Temendo as sombra onde a segurança, só a fé
Eu sei como é que é, sei infelizmente
Pena que nós num tá nesse patamar, é quente
Só que na busca do padrão que os verso prega
O fim da ostentação é atração do cidade alerta
Em lares artesanais composto a prego, resto de cama
Eis o Paraisópolis, que ninguém ama
Votos, órgãos, mão de obra barata
Herdeiros de ignorância, drogas e armas
Martírio, auto extermínio, típico legado a plebe
O que importa é que nem façam ideia do que é Malcolm X
E batam nos carro alto hits que exaltam festa
No cenário sem cor, nas casa de madeira e terra
Onde leis não imperam, escravizam
As sequelas da escravidão não acabam, amenizam
Aqui o elenco da novela é nordestino
Refugiado da terra natal pra não matar de fome os filho
Com 50 Cent, sem modelo
Piscina, com banheiro coletivo pra dividir com trinta
Pique filme medieval, real
Onde felicidade se limita no termo "menos mal"
[Refrão: Reinaldo]
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
[Verso 2: Reinaldo]
Sem vinculo com a gravadora
Não me encaixei no perfil
Dos que por glamour promove pornografia infantil
Que da sua mãe faz objeto
E pelos cordão pesado tira da filha boneca
E põe ela num palco de quatro
Normal desde que dança na garrafa é cultura
Não sei se o erro é quem faz ou quem escuta
Sei que preserva conduta capitalista triste
Onde fabrica seu sonho e comercializa em vitrine
"Mas é música de favelado, pô"
Piorou, cês sabem bem como é onde o estado nunca atuou?
Negros e pobres nos holofotes do cinema
Ainda não nos livraram dos holofotes da polícia
Tão artificial quanto novela
Na moral, onde que tão as nave e a passarela?
Não vejo os nosso informado, gozando altos salário
Eu vejo menina grávida e o pai encarcerado
É a quebra do silêncio, a voz do resgate
Contra tudo que faz do feminismo tema pra stand-up
Pra mídia audiência e lucro
Pra grife de luxo lucro
Pra baile lotado lucro
Pra nossa família luto
E pras criança que já nada tinha
Restou a cultura que só incita droga e putaria
Espera até nasce sua filha
Reinaldo A286 e a revolução traída
[Refrão: Reinaldo]
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
Quando a dor corroer o peito cê vai entender
Cê vai entender
Cê vai me entender
